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ATRIZ NEGRA SOFRE RACISMO EM CHURRASCARIA DE SP

Diante do descaso do estabelecimento, ela pede ajuda a todos para chegar às pessoas que a fizeram passar por uma situação constrangedora e desnecessária

A atriz Talita Frese estava ontem na Fornello’s Churrascaria & Pizzaria (localizada na Casa Verde – capital de SP), dia 12 de outubro, por volta das 15h, comemorando o “Dia das Crianças” com a sua filha, e sofreu uma agressão racista.

Mesmo com seus cabelos loiros, ela é filha de negros e não esconde a sua origem nos cabelos enrolados e na cor da pele. E não se define mais ou menos que ninguém, apenas uma pessoa de garra, muita luz e filha de Deus.

Talita e sua filha fazendo um registro do momento feliz antes do ocorrido
Talita e sua filha fazendo um registro do momento feliz antes do ocorrido

Entretanto, quando estava em um bate-papo com sua filha, que mesmo adolescente ela ainda considera “sua eterna criança”, foi abordada por uma senhora, a qual disse “Moça, esse seu cabelo!”. Ela, acreditando que fosse receber um elogio, foi surpreendida.

“Esse seu cabelo é uma bucha, um depósito de insetos. Deve ser uma casa de piolhos e pulgas”. Mesmo com seu temperamento explosivo, a atriz ficou sem reação diante de tanta barbaridade.

Em seguida, a senhora, que estava acompanhada de sua filha (que também participou de todas as ofensas), chamou o garçom e pediu que ele pegasse uma touca para Talita, pois seus cabelos estavam “poluindo” o ambiente. Ela relata que ninguém da casa fez nada e o garçom simplesmente respondeu que eles não tinham toucas para dar aos clientes. E a agressão verbal continuou.

“Peço que retire o meu prato, pois não deram educação para essa mulher e ela está infectando o meu prato com esse cabelo que ela deveria ter vergonha por usar”. Além disso, mãe e filha usaram palavras de baixo calão para continuarem suas frases.

A atriz, de uma maneira chocada, somente alegou que seu cabelo é limpo, que elas estavam cometendo crime racial e, como resposta, teve a sua mãe xingada, o que magoou ainda mais a cliente.

“Eu sou explosiva, mas naquela hora minhas pernas ficaram imóveis, assim como a minha língua. Elas ofenderam a minha mãe que já está morta, o que me deixou ainda mais perplexa. Uma agressão gratuita, sem nenhum contexto, eu apenas estava tendo um almoço comemorativo com a minha filha”, conta Talita.

Ela ainda ressalta que respeitou o ambiente, pois tinham muitas crianças. “Eu também me contive por consideração a todos que, assim como eu, estavam em um momento familiar comemorando o Dia das Crianças”.

A INDIGNAÇÃO PELA FALTA DE RESPEITO

Talita durante um trabalho: "Não tenho cor, tenho Deus no coração"
Talita durante um trabalho: “Não tenho cor, tenho Deus no coração”

Talita relata que os clientes ficaram perplexos, mas ninguém se manifestou ou interveio diante do ocorrido. Inclusive os responsáveis pelo estabelecimento, os quais negaram os vídeos das câmeras internas para que ela fosse à delegacia mais próxima fazer um Boletim de Ocorrência.

Por meio de um funcionário, o qual ela não quer envolver, a atriz ficou sabendo que essa senhora e sua filha são clientes assíduas do local, o que a faz acreditar que seja o grande motivo da omissão de todos diante do fato, além da negação quanto aos vídeos que gravaram toda a situação.

Hoje, dia 13 de outubro, Talita foi à delegacia para fazer o B.O e tentar conseguir alguma maneira de que a churrascaria ceda as gravações. Porém, o local estava fechado. E, desse modo, ela teme que tudo seja apagado e acabe sem punição.

NÓS, DO JORNAL EMPODERADO, PEDIMOS QUE ESSA MATÉRIA SEJA COMPARTILHADA PELO MÁXIMO DE PESSOAS POSSÍVEIS. COMO A ATRIZ NÃO TEM O NOME DAS PESSOAS QUE A AGREDIRAM VERBALMENTE E FORAM RACISTAS, RESTA SOMENTE AO ESTABELECIMENTO CONCEDER AS INFORMAÇÕES DELAS E, QUEM SABE, AS GRAVAÇÕES E TESTEMUNHOS.

 

 

NOTA

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8 respostas

  1. Mesmo sabendo que existe preconceito em nosso país,eu como ela,fico surpresa que alguém, possa ofender o outro de forma tão brutal, e e covarde desta forma.
    E mais, gratuitamente.
    E que pessoas apóiem, pois não se posicionar sobre,é como apoiar, concordar.
    Pela quantidade de visualizações desta matéria,creio que o proprietário do estabelecimento,deva estar lamentando agora,o cliente que preferiu não perder,mas o montante que realmente não mais terá.
    Lamentável.
    #porumasociedadesempreconceitos

  2. Priscilla Silvestre, boa noite. Infelizmente, conheci seu site de forma negativa. A #LuhSouza, professora e ativista preta na rede social, compartilhou seu artigo, que já distribuí nas páginas e grupos, compartilhando e marcando páginas de ação afirmativa. Fiz uma leitura do seu texto e tem muito cuidado em seu discurso sobre crime. Racismo é crime, não é polêmica e você trata bem disso. A luta de combate ao racismo é feita junto, por toda sociedade. E, você inspira outras pessoas a fazerem o necessário letramento racial. Ajudar a atriz Talita Frese é o mesmo que ajudar, dar força, a uma coletividade que suporta esse tipo de agressão e não pode falar ou fazer nada, porque depende de pessoas como essas criminosas, e esse estabelecimento racista. Fazendo rede de apoio à atriz e sua filha, fazemos à pessoas que estão silenciadas em condomínios de luxo e em funções, como serviços gerais, que são desqualificadas. É importante que tomemos essa situação como um ataque a negritude de um grupo e façamos nossa reflexão sobre introjeção do racismo. O que a atriz está fazendo é resistência. Ela é um guerreira, porque sai do lugar do “deixa para lá”, que nos acomete, porque as vitimas de racismo, em geral, são tomadas por apatia, por falta de apoio, silenciamento, medo. Não é culpa delas, principalmente quando estão numa situação precária de vida e de trabalho. Você que está lendo este artigo e viu esse crime, peço que faça uma reflexão e pense no tipo de conduta que está ensinando ao seu filho e filha. Não se posicionar e contribuir para o crime. Entendemos o seu medo, a sua dificuldade porque envolve justiça. Mas ser testemunha num crime com esse é criar condições para se combater o racismo, educar as pessoas sobre a sua realidade e auxiliar no desenvolvimento social do país. Pense no futuro dos seus filhos, no tipo de sociedade que você quer construir para eles. (Co)mova-se. Talita, entendo o que você disse, que o que importa é o caráter da pessoa, mas, irmã, você tem cor sim, ela é negra e é símbolo de resistência. Seu posicionamento combate colorismo também, porque pessoas com a pele mais clara como nós são classificadas como não-negras, quando convém clarear a negritude e evitar que se debata o racismo. Você não está sozinha. Vamos tomar a frente dessa #FornellosPizzariaRacista. #RacistasNãoPassarão

    1. Oi, Rosa! Fiquei feliz com suas palavras. Esse texto não é “imparcial”, como uma matéria jornalística deve ser, pois eu não ouvi o “outro lado”. Mas diante de um fato tão absurdo desse, como cidadã, jornalista e humana eu tenho o dever de expor o ocorrido e pedir que nós, a sociedade, não nos calemos diante da impunidade. De que juntos possamos que ela consiga testemunhas, as gravações do ocorrido, uma satisfação do dono do estabelecimento (que não estava no local no momento, mas responde por ele), assim como uma explicação da omissão do gerente. E, sim, que eles fiquem acuados para deixarem de lado o lado monetário, que é o de proteger as “clientes cativas”, e passem as informações necessárias sobre elas (que sejam apenas os nomes), para que a Talita tome as atitudes cabíveis a ela diante de tudo isso. E foi para pessoas como você, que tem o discernimento do que é ser uma pessoa “de verdade” que esse texto foi feito. Um grande beijo em seu coração!

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